Contadora diz que Youssef pagou propina para o governo do Maranhão
Segundo ela, propina favoreceu pagamento de precatórios para construtora.
Governo do Maranhão nega que empresa tenha sido beneficiada.
Youssef está preso em Curitiba desde março deste ano. Ele responde a processos na Justiça Federal relativos à Operação Lava Jato, que trata dos casos de evasão de divisas e lavagem de dinheiro. Outras 19 pessoas também foram presas, entre elas, o ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa. Mais de 40 pessoas respondem aos processos movidos pelo Ministério Público Federal.
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De acordo com Poza, após o pagamento da propina, que chegou a R$ 6
milhões, o governo do Maranhão começou a liberar os recursos dos
precatórios para a Construplan. Pela intermediação, Youssef recebeu R$
12 milhões, segundo a contadora. Até este mês de agosto, a Construplan
recebeu cerca de R$ 33 milhões, em parcelas de R$ 4,7 milhões, cada. A
última dessas parcelas foi paga no último dia 6. Os dados estão
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Conforme a contadora, a reunião que fechou os detalhes da operação ocorreu no dia 10 de setembro de 2013. Ela afirmou à Polícia Federal que a reunião contou com a participação de João Guilherme, da Casa Civil do Maranhão, um assessor identificado como Bringel, a presidente do Instituto de Previdência, Maria da Graça Marques Cutrim e uma procuradora do estado, chamada Helena Maria Cavalcanti Haickel. Para Maria da Graça, ficou acertado que ela arcaria com os riscos da operação.
Poza contou também no depoimento que o governo do Maranhão estava pressionando o doleiro, para receber a propina. Se a quantia não fosse paga integralmente, as parcelas do precatório seriam suspensas. A contadora afirmou ainda que, no dia da prisão, que aconteceu em São Luís, Youssef estava na cidade para efetuar o pagamento para pessoas da alta administração maranhense.
Segundo a contadora, Youssef estava com uma mala contendo R$ 1,4 milhão, que seria uma das parcelas da propina. O dinheiro foi entregue a um homem identificado por ela como Marcão. Fotos do relatório da Polícia Federal, no mesmo dia da prisão, mostram o doleiro em um hotel, com um homem identificado como Marco Antônio de Campos Ziegert. Ainda conforme o relatório, Ziegert deixou uma caixa na recepção do hotel, que deveria ser entregue a Milton Braga Durans, assessor especial da Casa Civil do governo de Roseana Sarney (PMDB).
Meire Poza citou também os nomes de Adarico Negromonte, irmão do ex-ministro das Cidades, Mário Negromonte. Ela diz que Adarico entregou diretamente ao governo do Maranhão R$ 300 mil, que seriam parte da propina. Ainda segundo ela, um assessor reclamou a Adarico que o valor era pouco e que teria que consultar Roseana sobre o valor.
A Justiça Federal do Paraná deve encaminhar as informações ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), já que a Corte é responsável por apurar denúncias contra governadores.
Outro lado
Ao ter conhecimento das declarações da contadora, o governo do Maranhão afirmou que o pagamento dos precatórios à Constran ocorreram em cumprimento a uma decisão judicial, emitida por “tribunais superiores federais”, de acordo com a lei. O governo negou que tenha havido favorecimento à construtora. A governadora Roseana Sarney disse ainda que jamais teve conhecimento sobre o pagamento de propina a qualquer funcionário do governo.
A secretária-adjunta de gestão e previdência à época, Maria da Graça Marques Cutrim, disse que participou de uma reunião como convidada. Segundo ela, os participantes propuseram a criação de um fundo de investimentos, mas a iniciativa foi negada, já que o governo do Maranhão concentra os recursos no Banco do Brasil.
O governo do Maranhão disse ainda que João Guilherme Abreu não é mais da Casa Civil. Ele e a procuradora Helena Maria Cavalcanti Haickel não foram encontrados para comentar o caso. A construtora Constran e os demais citados também foi procurados pelo Jornal Nacional, mas ninguém foi encontrado para falar sobre a denúncia.
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