Família vende esculturas de gesso sob a ponte para sobreviver

Objetos dividem espaço com barracos desordenados no São Francisco.
São vasos, cofres e esculturas que estão atraindo atenções.

Peças de gesso estão sendo confeccionadas sob
ponte do São Francis

Há menos de um mês, o cenário sob a ponte José Sarney, a do São Francisco, em São Luís, tem sido um pouco menos impactante. Na verdade, até atraente para apreciadores de artesanato. É que o artesão Francisco de Assis dos Santos, 38 anos, e sua família estão comercializando esculturas e vasos de gesso no local.

A beleza dos objetos, que contrasta com o emaranhado de barracos desorganizados, está chamando a atenção de quem sob a ligação entre Centro Histórico e São Francisco. 

Conforme matéria publicada pelo jornal O Estado do Maranhão deste sábado (9), Francisco veio da Paraíba, onde a vida estava difícil. Por isso, decidiu mudar-se para o Maranhão e viver com a família de sua mulher nos barracos. "Lá a venda dos objetos estava difícil, mas minha sogra nos convenceu a vir para cá, onde há poucas pessoas fazendo o trabalho que faço", relatou.

De acordo com o artesão, já tem muita gente interessada nos produtos e muitas encomendas para cumprir. "Alguns clientes compram para revender, fazem pedidos maiores". E para atender às demandas, outros moradores do local já estão aprendendo a fabricar as peças. A maioria são parentes dele.

A mulher de Francisco de Assis dos Santos, Isleuda Pereira Justino, de 34 anos; a irmã dele, Maria de Fátima dos Santos, de 34 anos, e ainda seu cunhado, Tomé Sabino Pereira Justino, de 27 anos, são alguns dos aprendizes que o auxiliam no trabalho. Todos moram em barracos sob a Ponte do São Francisco.

Fabricação
A fabricação das peças começa com a colocação do gesso em formas. O objeto é desenformado cerca de dois dias depois, período que leva para secar. Em seguida, recebe o acabamento. Algumas esculturas, principalmente os cofres, costumam ser pintados. Os vasos são as peças mais caras: R$ 20. Já os cofres custam a partir de R$ 5. Há ainda esculturas.