Usuários do transporte coletivo desabafam e engrossam coro de reclamações.
IMPERATRIZ - Eram exatamente 6h20 quando a reportagem do portal Imirante Imperatriz
chegou ao ponto de ônibus. Vinte minutos antes do horário do carro da
empresa Viação Branca do Leste (VBL), que faz a linha São José,
principal rota da maioria dos alunos do Instituto Federal do Maranhão
(Ifma), por tabela, ter que chegar.
Fugindo
da normalidade no atraso, que chega a relatos impressionantes de uma
hora a mais, ele chegou às 7h10, momento exato em que os alunos deveriam
estar em sala de aula.
Se as
manifestações de junho tivessem sido levadas a sério, e seus desejos
cumpridos, os imperatrizense, assim como todos os brasileiros, saberiam
da história do estudante Mateus Nascimento Melo da Silva, de 16 anos, de
outra maneira.
Em Imperatriz o movimento "#Fora VBL", ainda, aproveitou as manifestações de junho para turbinar suas ações de rua que ocorreram entre dezembro de 2012 e o fim do segundo semestre do ano passado.
Tendo
de ir todos os dias assistir às aulas do curso técnico em Edificações,
Mateus Melo conta que já foi prejudicado diversas vezes pelo atraso no
horário do ônibus.
“Acordo 6
horas para ter um preparo e chegar às 6h20 no ponto de ônibus. Mas ele
não chega no horário certo, que seria às 6h40. Ele chega 7h20, 7h30. A
aula começa 7h10. Com isso, acontece que perdemos vistos, algumas vezes
provas, se o professor for muito rígido, e sempre perdemos as primeiras
explicações e correções das atividades”, relata o estudante, que já
chegou a questionar sobre o atraso do horário ao motorista, obtendo como
resposta, nas diversas vezes que questionou, que uma peça é a causa de
todo o transtorno.
Encostado
na placa que delimita o lugar onde os passageiros devem esperar o
ônibus, o aluno de Segurança no Trabalho, também, do IFMA, George Lucas
Pereira Correia, de 17 anos, desabafa que, para não perder as primeiras
aulas, é preciso fazer planos "A"," B" e "C".
“Chego
cedo mais de carona do que de ônibus. Essa é uma das únicas formas. Ele
não tem horário certo, não dá pra confiar. Às vezes passa mais cedo, ou
chega mais tarde, mas nunca chega no horário. Já me prejudiquei ao
ponto de ficar duas horas a mais esperando na hora de voltar”, ressalta o
estudante, que conta, também, que sofre, além do atraso, com o
superlotamento dos ônibus na volta para casa.
Mas
essas reclamações não se restringem aos estudantes. A funcionária de
uma loja no Centro, Romênia Nascimento da Silva, que utiliza a linha
intermunicipal João Lisboa – Imperatriz, da empresa Aparecida, detalha
que, para não chegar atrasada, é preciso estudar o horário do ônibus,
que, também, não chega no horário.
“Acordo
cedo, tenho que me programar meia hora antes, e, além disso, ainda
tenho que abrir a loja. É bastante complicado o horário de ônibus. Temos
que estudar o horário. Eles atrasam. Atrasam pouco, mas atrasam. É
preciso mais ônibus porque a circulação não supri a demanda da
população”, detalha Romênia Nascimento, afirmando que não pode contar
com o transporte público para ter momento de lazer aos fins de semana em
Imperatriz, pelo fato da empresa diminuir a frota.
Compreensão
Para
tentar diminuir os problemas dos alunos, o chefe de departamento
pedagógico do Ifma, Celso Souza, explica que é consciente do atraso dos
alunos por causa do ônibus, e conta que há uma tolerância de 15 minutos
no horário de chegada dos alunos.
“7h10
é o horário de eles estarem na sala. O correto é chegar antes, entre
7h, 7h5, e são poucos que conseguem chegar nesse horário. Os que têm
condução própria, chegam no horário. Os que utilizam o transporte
público, dificilmente chegam. Nós, ainda, damos 15 minutos de
tolerância, por saber da dificuldade que é o transporte público de
Imperatriz, mas nem sempre isso é suficiente”, ressalta o pedagogo,
destacando que o atraso atinge todos os alunos e, também, os servidores.
Celso Souza revela ao Portal Imirante Imperatriz que todos os anos é enviado um ofício relatando a data de início e horário das aulas.
“A
principal empresa para vir ao IFMA é a VBL, e todos os anos, no início
do semestre, é encaminhado um ofício explicando a data de início e o
horário de início das aulas. Nós, também, telefonamos para cobrar os
horários”, finaliza.
Promessa sobre a frota
Talvez
se os 50% a mais na frota, prometida no auge da insatisfação popular,
tivesse sido concretizado habilmente, quem sabe os cidadãos não seriam
imprensados nos ônibus em horário de pico ou precisassem acordar, com
duas ou três antecedencia da entrada no trabalho ou escola, para não
correr o risco de ser punido por faltas ou atrasos.
Mas, isso é uma vivência numa linha urbana, agora imaginem um trajeto para a zona rural ou intermunicipal.
Fonte: http://imirante.globo.com
domingo, 31 de agosto de 2014
Passageiros: "Não chegamos atrasados porque queremos"
Assinar:
Postar comentários (Atom)
0 comentários:
Postar um comentário